quinta-feira, 16 de julho de 2009

A auto-estima de nossos filhos

Uma semana depois de minha esposa e eu decidirmos começar uma família, entramos numa livraria e compramos dois livros sobre como educar filhos. Por uma série de razões os dois filhos só nasceram seis anos depois e acabamos lendo não dois, mas 36 livros. Se dependesse de teoria, estávamos preparados. Hoje eles estão crescidos e um amigo me perguntou que livros nós havíamos utilizado mais. Foi uma boa pergunta que demorei a responder. Usamos um livro só, um que educava mais os pais do que os filhos. Intitula-se 'A Auto-estima do seu filho' de Dorothy Briggs, e o título já diz tudo.

A tese do livro é como agir para nunca reduzir a auto-estima do seu filho: elogiá-lo freqüentemente , ouvir sempre suas pequenas conquistas, festejar as suas pequenas vitórias, nunca mentir ou exagerar neste intento, em suma mostrar a seus filhos seu verdadeiro valor. Ao contrário do que defendem os demais livros, não é uma boa educação, nem disciplina, nem muito amor e carinho, ou uma família bem estruturada que determinam o sucesso de nossos filhos, embora tudo isto ajude.

A sacada mais importante do livro, no nosso entender, foi a constatação que filhos já nascem com uma elevada auto-estima, e que são os pais que irão sistematicamente arruiná-la com frases como: 'Seu imbecil!', 'Será que você nunca aprende?', 'Você ficou surda?'. Jean Jacques Rousseau errou quando disse que "o homem nasce bom, mas é a sociedade que o corrompe". São os próprios pais que se encarregam de fazer o estrago.

Por exemplo: você, pai ou mãe, chega do trabalho e encontra seu filho pendurado na cadeira: 'Desça já seu idiota, vai torcer o seu pescoço'. Para Dorothy, a resposta politicamente correta seria 'Desça já, mamãe tem medo que você possa se machucar'. Primeiro porque seu filho não é um idiota, ele assume riscos calculados. Segundo são os pais, com suas neuroses de segurança, que têm medo de cadeiras.

Quando nossos dois filhos começaram a aprender a pular, entre três e quatro anos de idade, desafiava-os para um campeonato de salto a distância. Depois de algumas rodadas, seguindo a filosofia do livro, deixava-os ganhar. Ficavam muito felizes, mas qual não foi a minha surpresa quando na sétima ou oitava rodada, eles começavam a me dar uma colher de chá, deixando que eu ganhasse. Que lição de cidadania: criança com boa auto-estima não é egoísta e se torna solidária.

Eu não tenho a menor dúvida de que os problemas que temos no Brasil em termos de ganância empresarial, ânsia em ficar rico a qualquer custo que leva à corrupção, advêm de um pai ou uma mãe que nunca se preocuparam com a auto-estima de seus filhos.

Eu acho que políticos, professores e intelectuais, na maioria desesperados em se autopromover, jamais darão dar oportunidades para outros vencerem, como até crianças de três anos são capazes de fazer. A fogueira das vaidades só atinge os inseguros com baixa auto-estima.

Alguns pais fazem questão até de vencer seus filhos nos esportes para acostumá-los às agruras da vida, como se a vida já não destruísse a nossa auto-estima o suficiente.

A teoria é simples, mas a prática é complicada. Uma frase desastrada pode arruinar o efeito de 50 elogios bem dados. 'Meu marido queria que o segundo fosse um menino, mas veio uma menina'. Imaginem o efeito desta frase na auto-estima da filha. Portanto, quanto mais cedo consolidar a auto-estima melhor.

Esta tese, porém, tem seus inconvenientes. Agora que meus filhos são muito mais espertos, inteligentes e observadores do que eu, tenho que ouvir frases como: 'É isto aí Pai', 'Faremos do seu jeito, pai', tentativas bem-intencionadas de restaurar a minha abalada auto-estima.

Stephen Kanitz é pai e também administrador de empresas

Publicado na Revista Veja edição 1 650 de 3 de maio de 2000


Informações sobre o livro mencionado no artigo:

A auto-estima do seu filho
BRIGGS, Dorothy Corkille
MARTINS FONTES

Frases que geram entusiasmo

por Ciro Daniel


ENTUSIASMO

"Se quer ser entusiasmado... aja entusiasticamente." (Og Mandino - W. Clement Stone - Como Tornar-se e Permanecer Entusiasmado - Universidade do Sucesso p. 219)

"Atue com entusiasmo e serás um entusiasta." (Dale Carnegie Training)

"Para ser Entusiástico, Aja Entusiasticamente." (Napoleon Hill, Chaves para o Sucesso, p. 111)

"Se quer ter entusiasmo, aja como se estivesse entusiasmado [...]" (João Festozo, O Ciclo do Sucesso, p. 65)

"O entusiasmo é poder." (Napoleon Hill, Chaves para o Sucesso, p. 106)

"O entusiasmo... é força motora vital que impele a ação." (Napoleon Hill, A Lei do Triunfo, p. 317)

"O entusiasmo... é o combustível que faz com que as coisas andam para frente." (Napoleon Hill, Chaves para o Sucesso, p. 106)

"O entusiasmo é energia [...]" (João Festozo, O Ciclo do Sucesso, p. 65)

"Os seres humanos nascem com um sistema de ignição psicológica. É o entusiasmo." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 133)

"O entusiasmo é um dos bens [mais] contagiosos que existem." (Colin Turner, Nascido para o Sucesso, p. 126)

"O entusiasmo é incrivelmente contagioso e afeta quase todos os que toca." (Colin Turner, Nascido para o Sucesso, p. 159)

"Se alimentarmos o fogo do entusiasmo em nosso coração, e o conservarmos bem vivo, por maiores que pareçam, os obstáculos que encontraremos no caminho desaparecerão, como que pela força de uma magia, e logo nos encontraremos senhores de um poder que não julgamos possuir." (Napoleon Hill, A Lei do Triunfo, p. 320)


"Então qual a diferença entre a pessoa que persevera e a pessoa que desiste?
Entusiasmo!" (Og Mandino - W. Clement Stone - Como Tornar-se e Permanecer Entusiasmado - Universidade do Sucesso p. 215)

"Não é o sucesso que traz o entusiasmo, mas o contrário." (João Festozo, O Ciclo do Sucesso, p. 64)

"O verdadeiro segredo do êxito é o entusiasmo." (Walter P. Chrysler apud João Festozo, O Ciclo do Sucesso, p. 63)

"Nada de grandioso neste mundo foi atingido sem entusiasmo." (Ralph Waldo Emerson apud João Festozo, O Ciclo do Sucesso, p. 58)
"Nada de grandioso será jamais conseguido sem estusiasmo." (Ralph Waldo Emerson apu Colin Turner, Nascido para o Sucesso, p. 125)

"Entusiasmo, como você vê, é a adrenalina psicológica que faz seu corpo mente e vontade trabalharem para assegurar a vitória, apesar da provação, da
competição, da falta de dinheiro e outros incovenientes." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 134)

"Todos nascem com entusiasmo. A primeira coisa que um recém-nascido faz é gritar com enorme entusiasmo." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 134)


CONHECIMENTO E ENTUSIASMO

"Conhecer faz também crescrer o entusiasmo." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 101)

"Conhecer propicia realmente motivação e entusiasmo para se aprender mais." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 137)

"Criamos mais entusiasmo quando aprendemos mais sobre uma pessoa, uma coisa ou uma idéia." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 137)

"Para se entusiasmar com qualquer coisa - quer se trate de pessoas, lugares ou objetos -, basta conhecê-la mais profundamente." (A Mágica de Pensar Grande, David J. Schwartz, 168)

"Aprofunde o seu conhecimento e você ficará mais entusiasmado." (A Mágica de Pensar Grande, David J. Schwartz, 168)

"Conhecer faz o entusiasmo crescer." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 137)

"O entusiasmo é a força que faz a diferença em vendas, esportes e negócios. As pessoas entusiasmadas se sentem e agem como vencedores. Por isso, vencem." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 141)


ACREDITAR E ENTUSIASMO

"Quando acreditamos de fato que o que fazemos está certo, automaticamente nos entusiasmamos ou nos envolvemos de maneira espiritual." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 146)

"Acredite no que você faz que o entusiasmo vem em seguida." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 146)
"Para obter apoio das pessoas, você precisa acreditar no que diz e faz. O entusiasmo é subproduto da convicção." (A Mágica do Sucesso, David J. Schwartz, 147)

"Que poder tem o entusiasmo! Quando esse poder é liberado para apoiar um objetivo definido e é constantemente renovado pela fé, torna-se uma força irresistível contra a qual nada podem a pobreza ou uma derrota temporária." (Napoleon Hill, Chaves para o Sucesso, p. 114)

"E na medida em que somos motivados por sentimentos de entusiasmo e prazer no que fazemos - ou mesmo por um grau ideal de ansiedade -, esses sentimentos nos levam ao êxito." (Daniel Goleman, Inteligência Emonional, p. 93)

O Poder do Entusiasmo

Lendo o Livro "O Poder do Entusiasmo" de Norman Vincent Peale, que por sinal é excelente, encontrei uma ferramenta que o autor denomina de "Método para nos tranformarmos seja em que tipo de pessoa for" (literis). o "método" é o seguinte:

1) "[...] decidir primeiro, especificamente, que característica particular desejamos possuir, e depois manter essa imagem com firmeza em nossa consciência [...]"
Obs: Este primeiro passo podemos relacionar com o Ciclo de Melhoria da Performance, onde no último quadrante, mas que na realidade é o primeiro passo, é identificar a Habilidade que desejamos desenvolver. Isto é, é o primeiro contato do participante, onde ele já começa a pensar em habilidades a serem desenvolvidas, que culminarão no Plano de Avanços. Quanto a segunda parte, que não está em negrito, no caso da ferramenta Dale Carnegie, os partcipantes, além de manter na consciência a habilidade desejada, eles escrevem a Visão, portanto me parece mais poderoso, pois uma vez escrito torna-se mais forte na consciência. Também podemos fazer um link com os 4 passos para gerar entusiasmo (despertar a vontade), onde o primeiro passo é justamente estabeecer o "objetivo".

2) "[...] segundo: passar a desenvolver a imagem pela ação, como se realmente possuíssemos a qualidade desejada."
Obs: Neste passo, acredito que está muito relacionado com os compromissos que os participantes fazem, e que colocam em ação diversas ferramentas, como por exemplo os princípios, para conseguirem os avanços descritos no plano de avanço, rumo à visão. Novamente podemos linkar com o passo 4 para gerar entusiasmo, que é a "ação".

3) "E terceiro: acreditar e repetir, com firmeza, que estamos no processo de autocriação da qualidade que desejamos desenvolver."
Obs: Repetir é o que instigamos os participantes a fazerem, seja por meio dos compromissos, por meio do treino antes da apresentação, e a apresentação em si. Além disto, na primeira sessão, quando mecionamos os "5 Ps", destacamos que o treinamento é progressivo e permanente.

(O Poder do Entusiasmos, Norman Vincent Peale, p. 30)

Tenham uma ótima semana.

Abraços,

Ciro Daniel

Aja Como Se

No livro vermelho Dale Carnegie cita a ferramenta "agir como se" para desenvolver o interesse pelo trabalho, conforme trechos abaixo:

"[...] se fizer o meu trabalho como se gostasse dele de verdade, então, até certo ponto, gostarei dele." (Dale Carnegie, Como evitar preocupações e começar a viver, p. 310)

"Aja 'como se' estivesse interessado em seu trabalho, e essa pequena 'atuação' fará com que o seu interesse se torne real." (Dale Carnegie, Como evitar preocupações e começar a viver, p. 310)

Segundo Dale Carnegie, esta filosofia foi desenvolvida pelo Prof. Hans Vaihinger.

E, ao ler o livro O Poder do Entusiasmo (Norman Vincent Peale) encontrei algo semelhante, onde o autor fala do princípio "como se", citando William James:
"Se deseja uma qualidade, aja como se realmente já a tivesse. Tente a técnica do 'como se'. Ela está repleta de poder, e funciona." (Norman Vincent Peale, O Poder do Entusiasmo, p. 30)

Na mesma página, o autor diz que:

"É lei provada da natureza humana que, conforme nos imaginamos ser, e conforme agimos na suposição de que somos o que nos vemos sendo, iremos, com o tempo, tendendo fortemente a nos tornarmos assim, contanto que perseveremos no processo." (Norman Vincent Peale, O Poder do Entusiasmo, p. 30)

Aqui, é possível fazer relacionamento com a "visão", que é escrita no Plano de Avanços, onde devemos "imaginar" que já possuímos a(s) habilidade(s) que desejamos desenvolver, e por isto colocá-la no presente, isto é, "...Hoje eu sou trainer da Dale Carnegie..."

Portanto, me parece muito poderosa a ferramenta "Aja como se". O que vocês acham?

Abraços e uma ótima semana.

Ciro Daniel

Compromisso com as pessoas

Liderança e Alta Performance 2009 | Jeffrey Pfeffer


Pfeffer insistiu que “a questão não é quanto se paga aos funcionários, mas o que eles são capazes de fazer”. Ele lembrou o caso da Circuit City, varejista americano de bens eletrônicos que, desconsiderando os efeitos de suas ações sobre os clientes e os funcionários, resolveu, em 2007, demitir 3.400 vendedores. “Os funcionários que mais vendiam eram os melhores comissionados. Eles mandaram os melhores para a concorrente Best Buy. No final de 2008, a Circuit City foi à falência.”

Bem-humorado, o professor pergunta: “Será que alguém aprende alguma coisa com os exemplos?”. “Claro que não!”, é a resposta. “Mas é quase impossível obter retornos excepcionais fazendo o que todo mundo faz”, alerta.

Numerosos estudos envolvendo diversos setores mostram que o que determina o sucesso de uma empresa, gerando 30% a 40% de efeito sobre o lucro, é como o pessoal é administrado. As empresas que conseguem mostrar compromisso com a segurança do funcionário têm melhor desempenho. “A Southwest tem compromisso com as pessoas, o que faz com que as pessoas tenham compromisso com ela. Não faz os funcionários sofrer, quando eles não são a causa dos ciclos de mercado”.

Meça o que importa

Liderança e Alta Performance 2009 | Jeffrey Pfeffer


As métricas, quando mal utilizadas, podem prejudicar o desempenho. Deve-se evitar que elas sejam excessivas ou incompletas, como acontece quando se medem os custos, mas não os benefícios associados a eles. “A Singapore Airlines foca os benefícios aos clientes. Ela oferece mais a eles, pois sabe que vão pagar por isso. Assim, vem sendo lucrativa nos últimos 30 anos”, exemplifica o palestrante, que critica o foco exagerado no desempenho financeiro de curto prazo.

Para Pfeffer, muitos tendem a colocar ênfase exagerada nos resultados finais, mas é preciso medir os resultados intermediários. Ele faz mais um alerta: “Evite usar métricas e sistemas de remuneração que enfatizem o sucesso individual à custa do coletivo”.

Ao finalizar sua apresentação, o professor ressalta: “O que importa é o que você faz e as perguntas que faz. Se você sempre faz perguntas sobre custos, as pessoas se concentrarão em custos. Se faz perguntas sobre os clientes, as pessoas focarão os clientes. Não espere resultados diferentes fazendo sempre o mesmo”.

Dicas para o alto desempenho

Liderança e Alta Performance 2009 | Jeffrey Pfeffer


“Selecione com base em fundamentos que não mudarão, como a cultura e os valores da empresa” é o que Pfeffer recomenda para a gestão de RH de alta performance. Investir no treinamento e desenvolvimento profissional é outra dica, bem como remunerar de acordo com o desempenho do grupo. A empresa deve, ainda, apostar na promoção dos funcionários, descentralizar decisões, compartilhar informações para promover o aprendizado e reduzir diferenças de status.

Segundo o professor, o SAS Institute segue essas práticas. Com isso, seus funcionários até aceitam ganhar menos. Os clientes, por sua vez, até aceitam pagar mais, já que seu software tem qualidade superior.

Para liderar uma cultura de resultados extraordinários, o líder deve apostar na verdade. Deve querer ouvir e dizer a verdade, assumindo responsabilidade pelo que acontece na empresa, inclusive pelos erros. “Se as pessoas do topo não assumem responsabilidades, as bases também não o farão.”

O líder deve, também, agir com coragem e resolver os problemas, em vez de apenas apontá-los. “Os líderes de alto desempenho fazem com que o sucesso pareça possível”, conclui Pfeffer

Discordar amistosamente e Estrutura do entendimento

Por Ciro Daniel

No livro "Poder Sem Limites", o autor Anthony Robbins apresenta uma ferramenta para "enfrentar resistências" na comunicação. Diz o autor que somente quando o comunicador é inflexível e "empurra na direção errada" é que surge a resistência. Ele faz uma analogia entre o um bom comunicador e um mestre de aikidô: "Como um mestre de aikidô, um bom comunicador, em vez de se opor aos pontos de vista de alguém, é flexível e tem recursos suficientes para sentir a criação da resistência, encontrar pontos de concordância, alinhar-se com eles e então redirecionar a comunicação da maneira que queira."

Esta analogia é muito oportuna, pois o aikidô é uma arte japonesa, conhecida por utilizar a própria força do oponente para neutralizá-lo, e, no processo de comunicação, quando precisamos discordar do ponto de vista da outra pessoa, podemos, de formar amistosa, encontrar pontos de concordância, e, primeiramente amortecer a argumentação desferida pelo outro, utilizando então evidências para embasar nosso ponto de vista, visando harmonizar a comunicação, para que os canais permaneçam abertos.

Segundo Anthony Robbins algumas palavras ou frases podem criar resistência, sendo necessário, portanto, a escolha adequada do que e como iremos nos expressar. Para ilustrar, ele cita com Benjamin Franklin fazia para expressar sua opinião e ainda manter a harmonia:

Desenvolvi o hábito de expressar-me em termos de despretensiosa timidez, nunca usando, quando avançava em alguma coisa que pudesse ser discutida, as palavras 'certamente', 'indubitavelmente', ou qualquer outra que desse um ar de certeza a uma opinião. Mas eu diria: Eu imagino ou entendo que uma coisa seja assim e assim, por tais e tais razões; ou: Imagino que isso seja assim; ou: Isso é assim, se não me engano. [...]

Podemos notar que forma como Franklin escolheu se expressar está muito relacionada com a estrutura de “discordar amistosamente”, pois, ele argumentava de uma forma amistosa, primeiramente amortecendo (“Eu imagino ou entendo que uma coisa seja assim e assim...) e depois apresentava as suas evidências (“...por tais e tais razões”).

Para o autor “Bem Franklin sabia como persuadir, estando certo ao não criar nenhuma resistência às suas propostas pelo uso de palavras que acionariam reações negativas”, e cita como exemplo o “mas”, pois esta palavra tem o poder de negar tudo o que foi dito antes. Sugere então, a utilização do conector “e”, e dá o seguinte exemplo: “É uma idéia interessante (amortecedor) e aqui está outra maneira de pensar sobre isso”. Portanto, neste exemplo, amorteceríamos o que foi dito, não negaríamos, e apresentaríamos então evidências para fundamentar nossa opinião.

O que na Dale Carnegie chamamos de “amortecedor”, o autor denomina de “estrutura do entendimento”, e apresenta “três frases que você pode usar em qualquer comunicação para respeitar a pessoa com quem está se comunicando, manter a harmonia, compartilhar com ela o que sente ser verdade, e, no entanto, nunca se opor às opiniões dela, de nenhuma forma.”

As frases são:

“Eu aprecio e..”

“Eu respeito e...”

“Eu concordo e...”

E nessas situações, segundo o autor, estaremos “construindo harmonia, ao entrar no mundo da outra pessoa e ao conhecer sua comunicação, em vez de ignorá-la ou denegri-la com palavras como mas ou ‘no entanto’.

Portanto, quando discordamos amistosamente da outra pessoa, estamos saindo de nossa autobiografia e entrando no mundo da outra pessoa, mostrando respeito pela sua opinião, mesmo não concordando estaremos buscando a compreensão, e, o mais importante, mantendo os canais de comunicação abertos.